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Válvula de escape

  • Foto do escritor: Ivanize de Souza
    Ivanize de Souza
  • 5 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura



Segundo os psicólogos, existem 5 fases do luto:


1 - negação e isolamento

2- raiva

3- barganha com Deus

4 - depressão

5- aceitação


Eu tinha (e ainda tenho), todos esses sentimentos misturados no meu dia a dia.

No início não queria mais viver. Pedia a Deus para antecipar minha volta “pra casa”. Não tinha vontade de sair da cama, de me arrumar, de interagir…enfim, entrei em uma depressão sem perceber.

Sempre falava que eu não tinha tempo para entrar em depressão, quando perdi Marcelo, o pai dos meus filhos. Porque se eu ficasse doente, meus filhos passariam fome.

Mas agora era diferente.

Por mais que eu tivesse pessoas maravilhosas ao meu lado, recebendo todo amor que eu precisava (como da minha filha e do meu marido), eu não tinha forças para reagir, por mais que tentasse.

Passava o dia na cama, chorando, e quando se aproximava o horário do Mauro chegar do trabalho, eu levantava para fazer de conta que era uma mulher forte.

Mas não era. Eu estava, e ainda estou, destruída por dentro.

Estava a base de remédios.


Um certo dia, uma grande amiga, a Sandra do grupo Ladies of the Road, me ligou para saber como eu estava.

E em nossa conversa falamos sobre um trabalho social, que ela e um grupo de amigos, fazem a moradores de rua.

E ela me convidou para conhecer esse trabalho, que é feito todas as terças feiras.

Quando chegou o dia de ir, eu queria desistir, não tinha vontade de sair de casa e muito menos de ficar conversando com ninguém. Mas a Sandra me colocou no grupo de organização, no WhatsApp, já me apresentando como uma integrante da equipe.

Como ela sempre foi muito carinhosa comigo, fiquei sem graça de falar que não iria…e lá fui eu ajudar com entregas de marmitas.

Quando eu voltei pra casa, naquela terça feira à noite, eu sentia uma alegria e gratidão no meu coração!

Me senti muito envergonhada por estar desistindo da vida, morando em um apartamento confortável, com a geladeira cheia, rodeada de pessoas que querem meu bem.

Vi tanta gente sofrendo, que percebi que não tenho o direito de ficar reclamando.

A partir daquele dia parei de tomar remédios para dormir e antidepressivos.

Cancelei consultas com psicólogo e psiquiatra.

Espero ansiosamente pelas terças feiras, porque descobri nesse trabalho uma forma de ser feliz!

E também uma forma de homenagear o Matheus, que sempre foi tão desapegado a coisas materiais e adorava ajudar o próximo.


Ainda hoje evito sair. Saio raramente. Não me sinto a vontade para estar no meio de muita gente.

Se eu não puder levar alegria aonde vou, prefiro ficar quietinha na minha casa.

Mas, como digo, um dia de cada vez.


Eu achei a cura da minha depressão nesse trabalho voluntário com as Ladies, RedRed e amigos.

O meu conselho para quem está de luto, e de não se entregar. Ache a sua válvula de escape. Pois se ainda estamos aqui, é porque Deus tem planos para nós.




 
 
 

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