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E se…

  • Foto do escritor: Ivanize de Souza
    Ivanize de Souza
  • 6 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

Todos os dias, crio situações em minha cabeça, com a pergunta: e se?…


E se o Marcelo não tivesse morrido?

Não é fácil criar um filho sem pai.

Quando Marcelo se foi, Matheus tinha apenas 13 anos.

Não teve ao seu lado uma figura masculina para instruí-lo. Por mais que eu me dedicasse, nunca consegui ser essa figura masculina que ele precisava.

A família do Marcelo, apesar de enorme, nos enterrou junto a ele. Nunca ligaram para meus filhos perguntando se precisavam de algo e se estavam bem. Fomos abandonados pela família Cunha. Talvez se Matheus tivesse ao seu lado tios e primos, algumas dúvidas e carências da adolescência poderiam ter sido supridas.

Já no meu relacionamento, Matheus não aceitava os conselhos do Mauro.

Mauro sempre os tratou com respeito e carinho, mas na cabeça do Matheus não era possível ver o padrasto como uma figura masculina que pudesse estar ao seu lado em todos os momentos.


E se eu tivesse proibido ele de ir embora para EUA?

Será que ele ainda estaria aqui comigo? Como estariam sendo seus dias?


E se eu tivesse sido mais autoritária do que amiga?

Será que ele escutaria “minhas ordens” e meus conselhos?


E se eu tivesse ido para os Estados Unidos quando ele me pediu?

Eu já estava com tudo planejado para ter ido no ano passado, depois em abril deste ano, mas com a pandemia não foi possível.

Matheus me pedia para ir pelo México, mas eu preferi aguardar, e usar o dinheiro que teoricamente gastaria com a quarentena no México, em passeios na Califórnia quando abrissem as fronteiras.

Eu deveria ter ido…


E se o 0 bosta tivesse socorrido meu filho, assim que ele começou a passar mal?

Talvez ele estivesse aqui ainda, envergonhado do que tinha feito, mas com uma carga de aprendizado enorme nas costas.

E se lhe fosse dada uma segunda chance?…


São tantos os “ e se?”…

Gostaria de ter uma conexão maior com o plano espiritual, onde pudessem me explicar o porque teve que ser assim.

Como digo, tenho mais questionamentos do que aceitação.


Mas o que me consola, de certa forma, é o amor enorme que sentíamos um pelo outro.

Nunca deixamos de falar: eu te amo, sinto saudades e você é importante pra mim.


Tenho certeza que esse amor que eu sinto pelo meu filho chega até ele, porque somos feitos de energia e tudo está interligado.

Eu faço parte dele e ele faz parte de mim.

Um dia nos reencontraremos e nosso abraço apertado será demorado.

E um dia saberemos o porque dessa separação.


Abracem seus filhos, digam todos os dias o quanto eles são importantes e nunca deixem de demonstrar o amor que sentem por eles.







 
 
 

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